Conhecido como Lelé, alcunha que tem sua origem nos campos de futebol, integrou alguns times como o do Força e Luz. Recebeu o título de majestade do carnaval do antigo território do Areal da Baronesa, onde nasceu em 1925 e morou parte de sua vida adulta. O Areal da Baronesa foi um dos espaços de vivência do carnaval popular e negro da cidade de Porto Alegre nas primeiras cinco décadas do século XX. Cordões, blocos e grupos circulavam nas ruas das famosas avenidas. O título de primeiro Rei Momo Negro do Areal da Baronesa concedido a Lelé partiu da proposição de Arlindo Rosa. Seu reinado perdurou entre os anos de 1948 e 1952. Nas décadas posteriores, desfilava nos carros alegóricos de escolas de samba como um rei africano se vinculando a uma origem africana e aos seus antepassados. Neste sentido, a Etiópia era evocada por Lelé (entrevista em 1991) na abertura dos festejos de momo com a frase “Povo, povo do meu reinado, é com grande satisfação, [...] nem energia para vir lá da minha Etiópia para abrir o Carnaval aqui no Brasil”. Lelé foi Remelexo e esteve à frente dos cordões carnavalescos Ideal e Filhos da Pátria. Além de jogador, trabalhou também como porteiro de teatro atuando em algumas peças. Trabalhou no Banco Nacional do Comércio juntamente com Vicente Rao e na Livraria do Globo. Faleceu no ano de 2013.
Bibliografia:
Entrevista com Adão Alves de Oliveira (Lelé). Pesquisa “Carnavais de Porto Alegre”. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Museu Joaquim José Felizardo. Ano 1991.
Santos, Irene (org.). Negro em Preto e Branco: História Fotográfica da População Negra de Porto Alegre. 2005.
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