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CAIXA PRETA

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O grupo de teatro Caixa - Preta é um coletivo de teatro formado e fundado por artistas negros do cenário cultural da cidade de Porto Alegre, no ano 2002. Liderado e fundado pelo diretor de artes cênicas Jessé Oliveira, o grupo surgiu como forma de destacar e valorizar a presença negra na cena artística porto-alegrense, trazendo uma composição majoritária de atuadores afro gaúchos, entre estes nomes de destaque como Glau Barros (cantora, fundadora do grupo), Marcelo de Paula (ator, arte educador e fundador do grupo), Vera Lopes (atriz e fundadora do grupo) e Adriana Rodrigues (bailarina, atriz, fundadora do grupo), agregando ao longo da sua trajetória muitos outros, entre estes Juliano Barros, que foi curador de uma das edições do Festival Porto Alegre em Cena.   


Em suas atuações, o grupo procurou explorar e apresentar elementos estéticos, literários e conceituais da cultura afro-brasileira (e gaúcha) dialogando com textos clássicos como Hamlet, de William Shakespeare, e com as escrevivências negras (termo cunhado pela escritora Conceição Evaristo) como as do poeta e ativista Cuti, sendo Transegun a primeira peça no ano de 2003. Em 2005, o grupo estreou Hamlet Sincrético nos pavilhões do Hospital Psiquiátrico São Pedro, sendo reconhecido em vários lugares do Brasil e no Uruguai, recebendo inúmeros prêmios e indicações em diversas categorias como Melhor Espetáculo, Direção, Figurino, entre outras.  Nas palavras do produtor e idealizador do espetáculo, Jessé Oliveira, o objetivo foi “exercitar e revelar uma série de signos da nossa cultura afro, tentando resgatar os elementos que se constituíram no Brasil ao longo dos mais de quinhentos anos”.


O Caixa - Preta ao longo de sua trajetória produziu vários espetáculos, como o monólogo Madrugada, Me Proteja, de 2007, de Cuti; Antígona BR (2008), O Osso de Mor Lam (2009/2010), do Senegalês Birago Diop, Aparição da Virgem Maria (espetáculo de rua) e Dois Nós na Noite, ambos do ano de 2010. Entre as proposições do coletivo foram realizados diversas ações paralelas, de forma contínua, entre 2006 a 2013, como o Encontro de Arte de Matriz Africana que acionou debates e reflexões em torno da arte afro-brasileira, trazendo para capital pesquisadores e artistas negros do cenário nacional. 

No ano de 2015 o grupo apresentou seu último grande espetáculo: Ori Oristeia, no palco do Teatro São Pedro, que compôs a ideia-proposta da Trilogia da Identidade com Hamlet Sincrético e Antígona BR. Ainda que não tenha produzido espetáculo novo após 2019, neste período foi lançado o livro Hamlet sincrético: em busca de teatro negro. Posteriormente, no Porto Alegre em Cena de 2020, houve a apresentação, pelo grupo, de uma performance denominada Sincrético Noite. O Caixa - Preta ainda segue existindo, sendo referência por seu pioneirismo nos palcos do extremo sul do Brasil.


Pesquisa de imagem: Leandro Machado



Referências:


Hamlet sincrético: em busca de teatro negro. Organização Jessé Oliveira e Vera Lopes. Porto Alegre; Caixa Preta, 2019.


 
 
 

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