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Tambor – Museu de Percurso do Negro

Atualizado: 14 de out. de 2024


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O Tambor amarelo – por referência a Oxum – gravado de figuras longilíneas que contam a trajetória do negro em Porto Alegre, já é uma das marcas da Praça Brigadeiro Sampaio, também conhecida por Praça da Harmonia e cada vez mais reconhecida pela população como Praça do Tambor. É um passo significativo para percorrer o Museu de Percurso do Negro.


Esta escultura foi erguida em 2010 como obra-síntese da proposta do museu: concebida por um coletivo de artistas e memorialistas (griôs), orientada por uma pesquisa antropológica elaborada por Iosvaldyr Bittencourt e, a partir deste processo, conduzida por meio de uma oficina de formação de monitores de um projeto direcionado a jovens militantes e outros em situação de vulnerabilidade social indicados pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc). O formato de discussões e elaboração do trabalho foi pensado para ser realizado dentro de valores civilizatórios de matriz africana, como ouvir a voz dos griôs, se reunir em círculos e avançar na proposta de arte coletiva.


Artistas, griôs e orientadores dos estudos antropológicos tiveram o desafio de elaborar uma proposta estética para um marco simbólico que sintetizasse a cultura negra brasileira forjada na matriz africana. Ainda precisava ser uma obra que “desapagasse” a presença negra naquela parte do território da cidade, conhecido no século XIX por Largo da Forca. A esse respeito relata o artista visual Leandro Machado “teríamos que ter uma coisa muito forte e significativa. Então, julgamos que o tambor sintetizava e, ao mesmo tempo, englobava todas as diversidades que são expressas pela cultura negra”.


O Tambor, em poucos anos, se tornou um dos símbolos mais potentes da representatividade do negro na formação da cidade e, ao mesmo tempo, instrumento de denúncia sobre a pouca, ou nenhuma representatividade da cultura de matriz africana no escopo de monumentos da capital. Cabe, ainda, salientar que o tambor toca na identidade e na saudade dos imigrantes chegados ao RS no século XXI – os africanos e os latino-americanos.


Coletivo de artistas: George Pinto, André Venzon (se desligaram do projeto), Adriana Xaplin, Leandro Machado, Marcos Mattos, Pelópidas Thebano, Elaine Rodrigues (do Mocambo) e Carlos Augusto da Silva, o Gutê.

Griôs: José Calixto Ferreira, mestre Borel; Nilo Feijó; Elaine Rodrigues e José Alves Bitencourt o Lua.



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Referências:


VARGAS, Pedro R. O Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre ou, para muitos, a surpreendente história de um museu que não parece museu dedicado a um gaúcho que não é percebido como gaúcho. In: RAMOS, Jeanice D; VARGAS, Pedro R; SOUZA, Vinicius V. Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre: etapa IV. Porto Alegre, Editora Porto Alegre: 2015


SOUZA, Vinicius Vieira. Artes Visuais de Referência Afro-brasileira no espaço público de Porto Alegre. In: RAMOS, Jeanice D; VARGAS, Pedro R; SOUZA, Vinicius V. Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre: etapa IV. Porto Alegre, Editora Porto Alegre: 2015


3 comentários

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Convidado:
27 de set.
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

Fizemos este passeio pelo 'Museu de Percurso do Negro" com o Mestre Griô Pingo do Borel e professoras da UFRGS (26.set.25), que nos esclareceu muito a respeito: é de arrepiar toda História em torno do enforcamento de negros, neste que outrora foi denominado Largo da Forca.... Mas, a resenha está bem. O que realmente não está certo é ter, em posição mais alta, aquela estátua homenageando um tal brigadeiro que mandou executar negros - isso que não está certo: deveria ser retirada de lá - trata-se de um canalha sendo reverenciado - DIFÍCIL. Não existe reparação nessa história porque quem foi morto foram eles - os negros 😌🙏

Editado
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Convidado:
26 de set.
Avaliado com 1 de 5 estrelas.

muito ruim vou procurar outro site seus podres lixos vao jogar um roube um brainrot


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maria clarete paire rosa
22 de nov. de 2024
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

Perfeita resenha

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