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O PROJETO MEMÓRIAS NEGRAS EM VERBETES – Inventário Participativo de Referências Espaciais, Sociais e Simbólicas realiza um levantamento visando o resgate e desapagamento da presença das populações negras na história de Porto Alegre.

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Verbetes

Atualizado: 14 de out. de 2024


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A “Pegada” é de autoria de Vinícius Vieira e foi inaugurada em 14 de novembro (dia da traição de Porongos) de 2011. Possui o formato de um pé composto por pedras negras e delineado por uma moldura de aço que mede 300 x 200 cm. A escultura faz alusão, ou melhor, é um mapa do continente Africano, onde os dedos representam os países insulares, Ilhas de Cabo Verde, Ilhas de Comores, República de Maurício, Ilhas de São Tomé e Príncipe e Ilhas Seicheles. Abaixo e ao lado do continente está a Ilha de Madagascar.


Localizado no piso da Praça da Alfândega e posicionado muito próximo ao calçadão em forma de ondas da Rua da Praia (Andradas) o monumento remete simbolicamente à presença ancestral negra naquele espaço e ao deslocamento contínuo desta população desde ao menos o século XVIII configurando o espaço urbano a partir de uma leitura especial da cidade do ponto de vista de sua cultura e de estratégias de sobrevivência.


A Pegada Africana representa o conceito motriz do museu, ou seja, a ideia de percurso, de caminhada, ao mesmo tempo em que torna perene a presença negra em Porto Alegre. É a partir do pé negro naquele chão – Praça da Alfândega: antigo Largo da Quitanda e o mais importante cais da cidade – que se pode transmutar para os séculos XVIII e XIX onde negros escravizados chamados de escravos de ganho, que misturados a libertos, a fugitivos e quilombolas transitavam pelas ruas da capital, exercendo uma sociabilidade de encontros, informações e cultura. Aos locais marcados por esta presença no passado, a “Pegada” direciona a caminhada a outras representações contemporâneas do espaço urbano, como é o caso da Esquina Democrática, ou melhor, Esquina do Zaire, e o Largo Zumbi dos Palmares, entre outros. A escultura, fruto da juntada de pedras pretas quando a Praça da Alfândega estava sendo restaurada por operários de maioria afro-brasileiros, é a marca da presença negra em percursos atuais, como o roteiro de artistas que era liderado pelo poeta Oliveira Silveira e outros, realizados por grupos de religiosos. A Pegada, simbolizada na prática de realizar percursos a pé, é uma das expressões e constituição da identidade negra em Porto Alegre. Os laços com a África ancestral não estão somente na forma do monumento, mas no conjunto de árvores e flores da Praça. Explica-se: A “Pegada” foi executada para interagir com a coloração natural na primavera (quando foi inaugurada), ou seja, o verde (árvores), o amarelo (flores dos ipês) as pedras vermelhas e as pretas configuram as cores e a bandeira do pan-africanismo.

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Referências:


VARGAS, Pedro R. O Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre ou, para muitos, a surpreendente história de um museu que não parece museu dedicado a um gaúcho que não é percebido como gaúcho. In: RAMOS, Jeanice D; VARGAS, Pedro R; SOUZA, Vinicius V. Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre: etapa IV. Porto Alegre, Editora Porto Alegre: 2015


SOUZA, Vinicius Vieira. Artes Visuais de Referência Afro-brasileira no espaço público de Porto Alegre. In: RAMOS, Jeanice D; VARGAS, Pedro R; SOUZA, Vinicius V. Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre: etapa IV. Porto Alegre, Editora Porto Alegre: 2015


MARAFIGA, Valéria Z. Arte como lugar de memória: uma reflexão sobre o Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre. UFRGS, Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Artes Visuais. Porto Alegre, 2021


 
 
 

Atualizado: 14 de out. de 2024


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O Tambor amarelo – por referência a Oxum – gravado de figuras longilíneas que contam a trajetória do negro em Porto Alegre, já é uma das marcas da Praça Brigadeiro Sampaio, também conhecida por Praça da Harmonia e cada vez mais reconhecida pela população como Praça do Tambor. É um passo significativo para percorrer o Museu de Percurso do Negro.


Esta escultura foi erguida em 2010 como obra-síntese da proposta do museu: concebida por um coletivo de artistas e memorialistas (griôs), orientada por uma pesquisa antropológica elaborada por Iosvaldyr Bittencourt e, a partir deste processo, conduzida por meio de uma oficina de formação de monitores de um projeto direcionado a jovens militantes e outros em situação de vulnerabilidade social indicados pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc). O formato de discussões e elaboração do trabalho foi pensado para ser realizado dentro de valores civilizatórios de matriz africana, como ouvir a voz dos griôs, se reunir em círculos e avançar na proposta de arte coletiva.


Artistas, griôs e orientadores dos estudos antropológicos tiveram o desafio de elaborar uma proposta estética para um marco simbólico que sintetizasse a cultura negra brasileira forjada na matriz africana. Ainda precisava ser uma obra que “desapagasse” a presença negra naquela parte do território da cidade, conhecido no século XIX por Largo da Forca. A esse respeito relata o artista visual Leandro Machado “teríamos que ter uma coisa muito forte e significativa. Então, julgamos que o tambor sintetizava e, ao mesmo tempo, englobava todas as diversidades que são expressas pela cultura negra”.


O Tambor, em poucos anos, se tornou um dos símbolos mais potentes da representatividade do negro na formação da cidade e, ao mesmo tempo, instrumento de denúncia sobre a pouca, ou nenhuma representatividade da cultura de matriz africana no escopo de monumentos da capital. Cabe, ainda, salientar que o tambor toca na identidade e na saudade dos imigrantes chegados ao RS no século XXI – os africanos e os latino-americanos.


Coletivo de artistas: George Pinto, André Venzon (se desligaram do projeto), Adriana Xaplin, Leandro Machado, Marcos Mattos, Pelópidas Thebano, Elaine Rodrigues (do Mocambo) e Carlos Augusto da Silva, o Gutê.

Griôs: José Calixto Ferreira, mestre Borel; Nilo Feijó; Elaine Rodrigues e José Alves Bitencourt o Lua.



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Referências:


VARGAS, Pedro R. O Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre ou, para muitos, a surpreendente história de um museu que não parece museu dedicado a um gaúcho que não é percebido como gaúcho. In: RAMOS, Jeanice D; VARGAS, Pedro R; SOUZA, Vinicius V. Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre: etapa IV. Porto Alegre, Editora Porto Alegre: 2015


SOUZA, Vinicius Vieira. Artes Visuais de Referência Afro-brasileira no espaço público de Porto Alegre. In: RAMOS, Jeanice D; VARGAS, Pedro R; SOUZA, Vinicius V. Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre: etapa IV. Porto Alegre, Editora Porto Alegre: 2015


 
 
 

Atualizado: 14 de out. de 2024


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O terceiro marco visual do Museu de Percurso do Negro, chamado “Bará do Mercado”, foi inaugurado em 7 de fevereiro de 2013, mesmo dia em que o lugar do assentamento do Bará foi indicado e aprovado pelo Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural (COMPAHC) como Bem Cultural de Natureza Imaterial de Porto Alegre, passando a fazer parte do patrimônio cultural da cidade. A solicitação para o registro junto à Secretaria de Cultura da capital foi iniciativa da Congregação em Defesa das Religiões Afro-brasileiras (CEDRAB).

A obra é formada por sete chaves de bronze, colocadas em sentido anti-horário, envoltas por dois círculos excêntricos, um amarelo e outro vermelho, formados por pedras de granito. As chaves estão conectadas a correntes também de bronze, que juntas apontam para sete diferentes coordenadas geográficas, sendo duas delas direcionadas ao Lago Guaíba. Os ferrolhos das chaves mostram duas formas diferentes, uma destinada ao Bará Agelú e outra ao Bará Lodê. O mosaico está situado sobre o assentamento dedicado ao Bará, no centro do Mercado, uma grande encruzilhada marcada pelo encontro das quatro linhas que demarcam as entradas da edificação.

O monumento, idealizado por Mãe Norinha de Oxalá, que é fruto do labor coletivo e de uma soma de saberes, foi concebido por Pelópidas Thebano e Leandro Machado, e executado por Vinicius Vieira, Leandro Posenato e Vilmar Santos. A homenagem em pedra ao Orixá Bará é a solidificação de um processo de aproximação entre o campo religioso e o ativismo do movimento negro. Em outras palavras, marca o reconhecimento da dimensão étnica do embate religioso contra a intolerância religiosa. As demandas do CEDRAB por valorização do patrimônio histórico e cultural africano por meio de evidenciar a “Tradição Bará do Mercado” encontrou apoio decisivo das organizações do movimento negro, coroando esta obra de arte como um ponto emblemático do Museu de Percurso do Negro.



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Referências:


SOUZA, Vinicius Vieira. Artes Visuais de Referência Afro-brasileira no espaço público de Porto Alegre. In: RAMOS, Jeanice D; VARGAS, Pedro R; SOUZA, Vinicius V. Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre: etapa IV. Porto Alegre, Editora Porto Alegre: 2015


VARGAS, Pedro R. O Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre ou, para muitos, a surpreendente história de um museu que não parece museu dedicado a um gaúcho que não é percebido como gaúcho. In: RAMOS, Jeanice D; VARGAS, Pedro R; SOUZA, Vinicius V. Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre: etapa IV. Porto Alegre, Editora Porto Alegre: 2015


 
 
 

Nossos objetivos na 2ª edição

Confira as metas da segunda edição do projeto MEMÓRIAS NEGRAS EM VERBETES – Inventário Participativo de Referências Espaciais, Sociais e Simbólicas Projeto realizado com recursos da Lei Complementar nº 195/2022. 

01

+ 50 Verbetes no site

A segunda edição prevê em suas metas a publicação de mais 50 verbetes, totalizando 100 verbetes no blog até o final desta etapa.

03

Mobilização da comunidade

Mobilizar pessoas representativas e instituições do movimento negro porto-alegrense para debater o projeto.

02

Audiodescrição dos conteúdos do site

Nosso projeto agora terá o recursos de audiodescrição, tornando a pesquisa acessível a mais pessoas.

04

Audiolivro

Montar Audiolivro unindo os episódios do Desapaga POA e do Memórias Negras em Verbetes.

Reportagens

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Verbetes em destaque

O Príncipe Custódio, figura histórica envolta em mistério, faleceu em Porto Alegre em 1935 e nasceu na África no século XIX. Duas narrativas principais disputam sua origem: uma o vincula à realeza do Benin, atribuindo-lhe importância no batuque e no assentamento do Bará do Mercado, enquanto outra o identifica como filho de um comerciante de escravos africano, chegando a Porto Alegre após disputas familiares. Custódio se destacou na cidade tanto por sua participação nas corridas de cavalos quanto por sua liderança religiosa, sendo reconhecido por sua influência nos cultos africanos e por seu papel de mediador entre a população negra e a elite. Seu legado segue relevante para o movimento negro e para as discussões políticas e religiosas no Rio Grande do Sul.

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Príncipe Custódio

Lupicínio Rodrigues, nascido em Porto Alegre em 1914, destacou-se como um dos maiores compositores da música brasileira, conhecido como o mestre da "dor de cotovelo". Desde cedo, transitou pela boemia e pela música, conciliando sua trajetória com uma breve passagem pelo exército e uma vida marcada por empreendedorismo e engajamento social. Suas composições, como Se Acaso Você Chegasse e Nervos de Aço , tornaram-se clássicos, interpretados por grandes nomes da música. Gremista fervoroso, compôs o hino do Grêmio e participou ativamente da cena cultural e política, chegando a disputar uma eleição. Mesmo reconhecidos nacionalmente, episódios de racismo, o que reforçou seu papel na luta pelos direitos da comunidade negra. Faleceu em 1974, deixando um legado imortal na música popular brasileira.

Lupicínio Rodrigues

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Tambor – Museu de Percurso do Negro

O Tambor Amarelo, instalado na Praça Brigadeiro Sampaio em 2010, tornou-se um símbolo da presença e trajetória do negro em Porto Alegre, sendo um marco do Museu de Percurso do Negro. Concebido por um coletivo de artistas e griôs, com base em uma pesquisa antropológica de Iosvaldyr Bittencourt, a obra foi desenvolvida em um processo coletivo inspirado em valores civilizatórios africanos. Além de resgatar a memória negra no antigo Largo da Forca, o tambor representa a diversidade cultural afro-brasileira e denuncia a pouca representatividade da cultura africana nos monumentos da capital gaúcha. Hoje, a escultura fortalece a identidade negra e ressoa com imigrantes africanos e latino-americanos que chegam ao Rio Grande do Sul. O trabalho dos artistas e griôs envolvidos reforça a importância da arte coletiva e da ancestralidade na construção da memória urbana. Mais do que um monumento, o Tambor Amarelo é um convite ao reconhecimento e à valorização da história negra na cidade.

Pelópidas Thebano Ondemar Parente (1934-2022) foi um renomado artista plástico, desenhista e figurinista de Porto Alegre, destacando-se na arte afrocentrada e no carnaval da cidade. Servidor público por décadas, contribuiu com projetos arquitetônicos e participou da concepção do Aeromóvel. Suas obras abordam a diáspora africana e a identidade negra, refletindo sobre a influência cultural afro-brasileira. Foi um dos idealizadores da Frente Negra de Arte e autor de marcos visuais do Museu de Percurso do Negro, como o Tambor Amarelo. Seu legado é reconhecido em diversas exposições e premiações, consolidando-o como uma referência na arte negra no Rio Grande do Sul.

Pelópidas Thebano

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Wilson Tibério (1916-2005), conhecido como Tibério, foi um artista afro-brasileiro engajado no debate antirracista e colonialista do século XX. Natural de Porto Alegre, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estudou na Escola Nacional de Belas Artes, destacando-se por sua arte voltada à vivência da população negra. Em 1947, emigrou para a França, viajando por diversos países e se aproximando do movimento Négritude. Sua produção artística denunciava o colonialismo e exaltava a diáspora africana, com obras que hoje integram acervos como a Pinacoteca Ruben Berta, a UFRGS e o Museu Afro Brasil.

Wilson Tibério

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A Ilhota era uma pequena porção de terra na Cidade Baixa, Porto Alegre, formada pelo meandro do Arroio Dilúvio e delimitada pelas atuais avenidas Getúlio Vargas e Érico Veríssimo. Surgida em 1905, tornou-se um núcleo habitado por uma população majoritariamente negra e de baixa renda, conhecida por sua forte tradição boêmia e carnavalesca, sendo berço do samba e lar de Lupicínio Rodrigues. Com a canalização do Arroio Dilúvio após a enchente de 1941, a área foi alvo de interesse imobiliário e sofreu uma brutal remoção populacional no final da década de 1960, deslocando muitos moradores para a Restinga, então uma periferia sem infraestrutura adequada.

Ilhota

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Durante o século XIX, os Campos da Redenção, inicialmente uma grande várzea alagadiça fora da cidade de Porto Alegre, foram um importante local para celebrações culturais e religiosas da população negra, como o Candombe da Mãe Rita e outros batuques, realizados com tambores e danças. Esses festejos, mencionados por cronistas da cidade, ocorreram especialmente na área ao redor da atual rua Avaí e nas proximidades da Capelinha do Bom Fim. Em 1884, a Várzea foi oficialmente renomeada para Campos da Redenção para comemorar a libertação dos escravizados em Porto Alegre, embora a abolição tenha sido limitada e parcial, com muitos negros ainda vivendo como libertos ou escravizados. A nova denominação refletia o legado da resistência e presença cultural dos negros na cidade.

Campos da Redenção

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Dario de Bittencourt, nascido em 1901, foi um importante advogado, educador e ativista negro, com uma trajetória marcada pela luta contra o preconceito racial e pela valorização das tradições culturais negras. Criado por seu avô após a morte do pai, Dario teve uma educação privilegiada, estudando em instituições renomadas e se graduando em Direito pela Faculdade Livre de Direito de Porto Alegre. Ao longo de sua vida, foi membro ativo de diversas organizações negras, como a Sociedade Beneficente Floresta Aurora e o Grêmio Náutico Marcílio Dias, e participou ativamente do jornal O Exemplo, que combatia o racismo. Além disso, Dario se envolveu com religiões de matriz africana, defendendo a aceitação do Candomblé como religião legítima. Em sua carreira acadêmica, foi professor catedrático de Direito Internacional Privado na Universidade do Rio Grande do Sul e se aposentou em 1957, mantendo seu compromisso com a luta contra a discriminação racial até sua morte.

Dario de Bittencourt

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Em 2 de julho de 1949, a Folha da Tarde fez um convite aberto aos homens de cor de Porto Alegre para a fundação de um clube náutico, inicialmente chamado José do Patrocínio, mas que recebeu o nome de Marcílio Dias, em homenagem ao intelectual negro. O Clube foi criado com o objetivo de proporcionar aos jovens negros o acesso a esportes como remo e natação, atividades que eram negadas pelos clubes brancos da cidade. Fundado em 4 de julho de 1949, o clube teve como principais articuladores figuras como João Nunes de Oliveira e Armando Hipólito dos Santos. Em 1950, abriu oficialmente sua sede na Avenida Praia de Belas, sendo um ponto de encontro para festas e eventos importantes da comunidade negra local. Na década de 1960, o clube lançou o jornal Ébano, e embora tenha enfrentado dificuldades com sua sede, incluindo a construção de um ginásio destruído por ventos fortes, o clube seguiu promovendo atividades até seu fechamento na década de 1970.

Clube Náutico Marcílio Dias

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A área do atual bairro Mont'Serrat, até meados do século XX e talvez até as décadas de 1980/90, era conhecida como a Bacia do Mont'Serrat, um território predominantemente negro com registros desde o início do século XX. O bairro teve sua origem marcada pela presença de famílias negras, com destaque para a Rua Arthur Rocha, nomeada em homenagem ao dramaturgo negro Arthur Rodrigues da Rocha. A Bacia do Mont'Serrat foi uma área de forte religiosidade, com várias casas de batuque e terreiros de matriz africana, e se tornou um ponto de encontro de trabalho e sociabilidade para as famílias negras da região, com destaque para atividades como a lavagem de roupas e o trabalho de costureiras. Além disso, o bairro foi berço de tradições culturais como blocos de carnaval e piqueniques dominicais. No entanto, com o processo de urbanização e transformação social, o antigo território negro se perdeu, embora ainda resista uma presença negra na região.

Bacia do Mont'Serrat

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