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O PROJETO MEMÓRIAS NEGRAS EM VERBETES – Inventário Participativo de Referências Espaciais, Sociais e Simbólicas realiza um levantamento visando o resgate e desapagamento da presença das populações negras na história de Porto Alegre.

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Verbetes

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Neri Soares Gonçalves, o Neri Caveira, foi mestre de bateria e músico percussionista.


Nascido em 1937, foi criado no Areal da Baronesa, um dos berços do samba na cidade de Porto Alegre. Era afilhado de Robson Rodrigues, irmão de Lupicínio Rodrigues, e desfilou em diversos carnavais ao lado de Adão Alves de Oliveira, o Rei Lelé - o primeiro Rei Momo Negro da cidade, que também oriundo do Areal.


O mestre de bateria teve passagens por algumas das mais importantes escolas de samba da cidade, como a Trevo de Ouro, a Academia de Samba Praiana, a Imperatriz Dona Leopoldina, a Império da Zona Norte e a Imperadores do Samba, de 1993 a 1997.


Caveira regia a bateria com sua batuta e com suas caretas, que chamavam a atenção dos foliões e espectadores, além de não utilizar o tradicional apito ele dizia ser coisa era “pra jogo de futebol”. Teve também a oportunidade de atuar em um histórico encontro entre a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, a OSPA, e a bateria da Imperadores do Samba, que tocaram juntas no Theatro São Pedro. Daquele encontro em diante, a bateria ficou conhecida como a “Bateria Sinfônica".


Por conta de um AVC, às vésperas do Carnaval de 1998, Mestre Neri Caveira deixou o comando da bateria do Imperadores do Samba e seus sucessores, Sandro Brinco e Sandro  Gravador, assumiram a direção da percussão vermelho e branca. 


Neri, ao lado de Fernando do Ó e De Santana, gravaram o disco “Os Três Percussionistas”, em 1997, e foram reconhecidos com o Prêmio Açorianos de Música, na categoria  Instrumentista de Percussão. Uma das paixões do Caveira era a música nativista gaúcha, que ele também chegou a tocar e gravar, fazendo shows com Renato Borghetti, Neto Fagundes, Loma e Nelson Coelho de Castro. Nelson, inclusive, gravou uma música em sua homenagem chamada “Mestre Neri”, no álbum Da pessoa, de 2001.


Na cidade de Santo Antônio da Patrulha ocorre anualmente o festival da Moenda da Canção e o prêmio de melhor percussionista leva o nome de Neri Caveira. O mestre morreu em 2004 com diagnóstico de falência múltipla dos órgãos, mas deixou um legado de memória como referência da presença negra no samba e na musicalidade porto-alegrense.


Referências Bibliográficas:

BATISTA, Fernando. Nery Caveira, o mestre dos mestres.


Personagens da Folia - Mestre Neri Caveira

<https://www.youtube.com/watch?v=uqNOCeIKD30> Acesso em: 07 de Março de 2025.


Pesquisa de imagem Leandro Machado

Imagem do Facebook - Página Oxóssi do RS


Imagem do Facebook - Perfil particular


Imagem do Facebook - Página O Dibre


Imagem do Facebook - Página Sindisprev RS


Imagem do Facebook - Página Acervos BIEV

 
 
 
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Walter Calixto Ferreira (1909 – 2011), nascido na cidade de Rio Grande em 07 de junho de 1924, filho de Sanches Romano Ferreira (Belém do Pará) e Guiomar Eulalia Calixto Ferreira (1886 – 1964), e neto de ventre da africana Magáli Yála (Magaliyala, mãe Domingas), senegalesa que falava yorùbá e que teria vindo como escrava homiziada para a Fazenda da família Mirapalheta Calixto, em Santa Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul.


Borel nasceu no Hospital Maternidade Rio Grande, onde permaneceu até completar 1 ano e seis meses. Aos 4 anos, foi segurado na bacia religiosa da avó para seu Orishá de Ory (cabeça): Shàngó. Em seguida, seus pais foram para Porto Alegre, morar no Areal da Baronesa, importante território negro e quilombola.


Foi casado com Maria Euzébia, sua primeira esposa, e posteriormente com Leda Melo, sua segunda esposa e mãe de Pingo do Borel. A família reconhece oficialmente essas duas uniões. Há relatos sobre uma terceira companheira, porém, segundo informações da família, tratou-se de uma relação passageira da qual não se tem registros ou detalhes.


Foi interno na Escola Pinheiro Machado, Instituto de Agronomia, onde permaneceu até 1939; depois, cursou o 2º ano ginasial na Escola Lassalista Dom João Becker, no Pão dos Pobres.


Ele é conhecido como Mestre Borel, cujo pseudônimo teria relação com o Morro do Borel, no Rio de Janeiro, onde viveu. Atuou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com Mercedes Batista, sob a perspectiva do Folclore Negro. Foi Pai de Santo do Batuque Nação Ijexá Oyó ao longo do século XX.


Considerado africanólogo e pesquisador da cultura afro-brasileira, vivenciou profundamente o Candomblé baiano (Gantois) e a Macumba carioca, onde frequentou aulas de língua yorùbá com o Prof. José Ribeiro, especialista em línguas sudanesas e bantos.


Atuou no mundo do trabalho como marítimo na marinha mercante. Em Porto Alegre, frequentou escola de ballet clássico e balé folclórico dirigida pelo Prof. Sovarino, na rua da República. Em 1940, teve contato com o poeta negro Solano Trindade, que pretendia difundir o frevo e o maracatu pernambucano em Porto Alegre, realizando peças no Theatro São Pedro e apresentações na Adega Espanhola.


Foi criador do Teatro Experimental do Negro em Porto Alegre, entre 1957 e 1959, onde exerceu o cargo de vice-presidente, sendo também diretor artístico, iluminador e ator de teatro, com destaque para os espetáculos Ritmos Bárbaros e Terreiro de Macumba. Participou do Teatro Brasiliana, organizado por Haroldo Costa, em Porto Alegre. É autor de peças teatrais como A Lenda do Diabo Branco.


Foi também integrante de inúmeras entidades de tribos, blocos e agremiações carnavalescas, como os Tupinambás, os Caetés, os Divertidos e Atravessados, além do Aratimbó, da Fidalgos e Aristocratas, da Praiana e do Estado Maior da Restinga.


Foi iniciado com Waldemar Antônio dos Santos (Waldemar Camucá / Tiemar do Shàngó), em 1930, aos seis anos, quando fez seu primeiro Ebóory (Bori de Cabeça). Aos onze anos, sua mãe o levou à casa de Mãe Andreza Ferreira da Silva (Andreza da Oxum Pandá), da vertente Oyó-Idjeshá, na Colônia Africana, onde, em 1935, aos 15 anos, assentou seus orixás e realizou seu Bori (Oberó-Obory), permanecendo até 1951.


Após o falecimento de Mãe Andreza, prosseguiu seus conhecimentos com a Iyá-Mí Eledá, Rita Garibaldi (Ritinha do Shàngó), considerada sua mãe de santo no batuque, de quem recebeu o Axé de Búzios. Iniciou como tamboreiro aos sete anos com Queza, completando seu aprendizado com Pedro da Yemanjá e Tureba do Ogum. Quando Joãozinho da Goméia esteve na casa de Luís do Bará em Porto Alegre, era Borel quem tirava os Axés (cânticos).


Mestre Borel foi considerado o Ogã Alagbê e Ogã Nilu mais velho do estado. Era uma figura pública reconhecida como griot, ancião, espécie de ancestral vivo, quase um orixá.

Foi afiliado à Afrobrás, em 27 de abril de 1980, como Babalorixá.


Produção musical:

  • CD Shirê de Oyó e Ijeshá – por Mestre Borel do Shàngó, Volumes 01 e 02, Atabaques Records.

Prêmios e reconhecimentos:

  • Prêmio Comenda João Cândido Felisberto, III Semana da Consciência Negra, GHC – Grupo Hospitalar Conceição, 28 de novembro de 2005, Porto Alegre, RS;

  • Troféu Zumbi, por Honra ao Mérito, Associação Satélite-Prontidão, 19 de novembro de 1997, Porto Alegre, RS;

  • Troféu Deputado Carlos Santos, Semana da Consciência Negra e Ação Antirracista na Câmara Municipal de Porto Alegre, Mestre Borel – Walter Calixto Ferreira In Memoriam, junho de 2024;

  • Prêmio Quilombo dos Palmares, modalidade Atuação na Área Afro-Religiosa, nos termos da Resolução nº 1413, de 09 de junho de 1999, em 19 de novembro de 2004, Câmara Municipal de Porto Alegre, RS.



Bibliografia:

  • CALIXTO, Walter Ferreira. Agô-iê, vamos falar de Orishás? Walter Calixto Ferreira (Borel), Edições Renascença, Porto Alegre, 1997;

  • BRAGA, Reginaldo Gil. Tamboreiros de Nação, Música e Modernidade Religiosa no Extremo Sul do Brasil, Série Estudos Musicais, PPGMUS, UFRGS Editora, Porto Alegre, 2013;

  • MARQUES, Olavo Ramalho. Sobre raízes e redes: territorialidades negras no sul do Brasil, Editora da UFRGS, Porto Alegre, RS.



Produção Audiovisual:

  1. O Mestre Borel: a ancestralidade negra em Porto Alegre. Direção: Analise Gutterres. Produção: Ocuspocus Imagens, Porto Alegre, 2010. DVD.

  2. CD Segredos do Sul, Coleção Itaú Cultural, Volume 03, nº 69, Documentos Sonoros Brasileiros, Acervo Cachuera, SP, 2001.

  3. Audiovisual A Tradição do Bará do Mercado: os caminhos invisíveis do negro em Porto Alegre, Secretaria Municipal de Cultura, Cedrab-RS, Porto Alegre, 2007. DVD.

  4. Axés Cantados, Atabaque’s Records, Porto Alegre. CD. S/Data.

Pesquisa de imagem Leandro Machado e Yosvaldir Bittencourt

Facebook – Ancestralidade


Sindisprev RS

Link: https://sindisprevrs.org.br/para-construir-a-transformacao-eu-preciso-saber-exatamente-onde-estao-as-rupturas-da-minha-cultura-entrevista-com-pingo-borel-e-sandra-soares👤 Entrevista com Pingo Borel e Sandra Soares📍 Publicado por: Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência no RS


O Explorador


Acervos BIEV

Link: https://acervosbiev.com/memorial-biev/mestre-borel-a-ancestralidade-negra-em-porto-alegre🎥 Documento/Vídeo: “Mestre Borel, a ancestralidade negra em Porto Alegre”📅 Publicado em: 16 de agosto de 2023✍️ Por: Alexandre Magalhães da Silva


Observatório da Discriminação Racial no Futebol

Link:https://observatorioracialfutebol.com.br/📘 Conteúdo sobre racismo e ancestralidade no futebol brasileiro


Alma Preta Jornalismo

Link: https://almapreta.com/📰 Jornalismo negro com foco em direitos humanos, cultura e política


Museu da Pelada

Link: https://www.museudapelada.com/ Site dedicado à memória afetiva e cultural do futebol brasileiro


Ludopédio

Link: https://www.ludopedio.com.br/📚 Produção acadêmica e crítica sobre futebol e sociedade


Afrografiteiras – Feira Preta

Link: https://feirapreta.com.br/afrografiteiras/🎨 Projeto de arte urbana com protagonismo de mulheres negras


Museu Virtual do Esporte – UFRGS

Link: https://www.espmuseu.ufrgs.br/🏛️ Acervo digital sobre história e memória do esporte no Brasil


Noite dos Tambores Silenciosos – Prefeitura de Olinda/PE Link: https://www.olinda.pe.gov.br/🥁 Evento tradicional das religiões de matriz africana no Carnaval


Acervo Cultne

Link: https://acervo.cultne.tv/🎥 Maior acervo audiovisual da cultura negra da América Latina


Museu da Pessoa

Link: https://www.museudapessoa.org/🗣️ Plataforma colaborativa de histórias de vida


Geledés – Instituto da Mulher Negra

Link: https://www.geledes.org.br/👩🏽‍🦱 Atuação em direitos humanos, raça e gênero

 
 
 

Atualizado: 17 de jul.

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A denominação Liga da Canela Preta provém de uma adjetivação pejorativa das ligas de futebol criadas e organizadas por grupos de pessoas majoritariamente negras, jogadores e apreciadores do futebol, em Porto Alegre, entre as décadas de 1910 e 1920. 

Entre 1913 e 1915, surgiu uma agremiação denominada Liga Sul-Americana que agregou algumas das equipes do segmento negro da cidade. Participaram desta Liga o S.C. Rio-Grandense, o S. C. 8 de Setembro, o S.C. Amanuense, o S. C. Primavera e o S.C. União. 


Na segunda metade desta mesma década, marcada pela Primeira Guerra Mundial, pelo acontecimento da primeira Greve Geral no Brasil e ainda pela infelicidade da Gripe Espanhola, bastante em razão destes acontecimentos, inúmeras atividades e organizações deixaram de existir, ou tiveram suas denominações alteradas ou ainda fundiram-se com outras entidades. 


Já na década seguinte, nos anos 1920, surgiram três novas associações que congregaram os times negros. Foram elas, a Liga Nacional de Foot-Ball Porto Alegrense, em 1920; a Associação Sportiva de Foot-Ball, em 1921; e a Associação de Amadores de Foot-ball, em 1923. Logo esse conjunto de Associações foi denominado “grosseiramente” de Liga da Canela Preta, segundo Genésio Martins, ex-jogador e diretor da Liga na década de 20, ao relatar alguns detalhes da época ao Jornal do Inter. 


Existiram também outras duas ligas na cidade: a chamada Liga do Sabonete, dos times da elite branca, e a Liga do Sabão, das equipes de classe média. Os clubes e as Ligas contavam com diretorias eleitas, calendários das assembleias, das filiações, das inscrições e das partidas. 


Esses registros são encontrados em jornais da época, como no Correio do Povo (os mais antigos com data de 1895), no jornal A Federação (que existiu entre 1884-1937) e em O Exemplo (jornal identificado com a comunidade negra e que circulou entre 1892-1930). 


A Liga Nacional de Foot-Ball Porto Alegrense foi a que mais agregou os clubes da comunidade negra. O S.C. União, o S. C. Rio-Grandense, o S. C. Palmeira, o S. C. 1º de Novembro, o S. C. Bento Gonçalves, o S. C. Venezianos, o S. C. 8 de Setembro e o S. C. Primavera. 


Um dos torneios da liga teve início na data de 13 de maio de 1920, no campo da Rua Arlindo, na Ilhota, com a presença da comunidade negra habitante da região formada pela Cidade Baixa, Ilhota e Areal da Baronesa. A data de 13 de Maio inaugurou o calendário esportivo da comunidade naquele ano e era entendida como um marco de memória, para que não houvesse esquecimento do passado, mas principalmente para apontar um novo horizonte na trajetória das gerações oriundas do cativeiro.


Deste modo, tendo em conta a simbologia aplicada à escolha da data de início dos jogos, é possível afirmar que as ligas de futebol foram também espaços políticos de afirmação racial, elevação da auto-estima e de protagonismo organizativo da população negra. 


Assim como Porto Alegre, outras cidades no interior do estado também tiveram ligas ou associações de futebol formadas por e para pessoas negras. Na cidade de Bagé, a Liga 13 de Maio, muito provavelmente a mais antiga, teve sua fundação em 1913. A Liga José do Patrocínio, em Pelotas, foi fundada em 10 de Junho de 1919. As cidades de Rio Grande, Santa Maria e Cachoeira do Sul também tiveram ligas futebolísticas, assim como a região metropolitana de Porto Alegre. 


Alguns times de futebol não ficaram restritos às suas praças esportivas, mas cruzaram as malhas ferroviárias nos trens a vapor e/ou navegaram pelas embarcações pelos rios do estado para a disputa de amistosos em diversos cantos do Rio Grande do Sul. Na história do futebol - modalidade agregadora e que também acaba gerando muitas disputas simbólicas - casos de discriminação e preconceito também se fizeram e se fazem presentes até na atualidade.


Vê-se pela história das ligas que negros, brancos, homens, mulheres e indígenas praticaram desde o seu aparecimento no estado e em Porto Alegre, resultando em movimentos e organizações que contribuiram para driblar a exclusão social, o preconceito e a discriminação. Especialmente homens e mulheres negras organizaram-se diante de uma sociedade excludente, constituíram suas agremiações, calçaram as chuteiras e demonstraram que homens “de cor” também tinham direito aos momentos de lazer e sociabilidade.


Conclui-se que as ligas populares tiveram uma atuação política relevante para afirmação dos direitos, atuando politicamente e reivindicando cidadania, jogando o “foot-ball”


Essa pesquisa tomou como referência as seguintes fontes:


DORNELES, Maurício. Tem tomado sério desenvolvimento entre nós o jogo de futebol: As Ligas e Associações negras de futebol em Porto Alegre no pós-abolição (1920-1923). 2018. 51 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018.


MASCARENHAS, Gilmar. O futebol da canela preta: o negro e a modernidade em Porto Alegre. Anos 90, v. 7, n. 11, p. 144-152, 1999.


RODRIGUES, Diego Lemos. Dos campos às páginas: A participação negra na construção do futebol em Porto Alegre no pós-abolição (1907-1921). 54 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2022.


SANTOS, José Antônio dos. Liga da Canela Preta: a história do negro no futebol. Diadorim Editora, 2018.


Pesquisa de imagem Leandro Machado:


Imagem do Facebook - Grupo Canela Preta

Imagem do El País - Esportes

Imagem do Facebook - Reunião na Secretaria da Cultura de Canoas

Imagem do Observatório da Discriminação Racial no Futebol

Imagem do Instagram - Perfil @o_dibre sobre a Liga da Canela Preta

Imagem da Amazon - Livro "Liga da Canela Preta" de José Antônio dos Santos

Imagem do Blogspot - Liga da Canela Preta / Evento Quizumba V

Imagem do blog - sobre a Liga da Canela Preta

Imagem do blog - sobre a Liga da Canela Preta

Imagem do site Observatório da Discriminação Racial no Futebol

Imagem do Instagram - Perfil @o_dibre sobre a Liga da Canela Preta

Imagem do site Ludopédio - sobre o documentário “A Liga dos Canelas Pretas”

Imagem do site História Preta – Episódio “Canelas Pretas” sobre o negro no futebol

Imagem do site Literatura RS – Matéria sobre a Liga da Canela Preta e sua trajetória no futebol em Porto Alegre

Imagem do grupo público “Grupo Canela Preta” no Facebook, com publicação sobre homenagem ao jogador Sandro Laerte Pain

Imagem do YouTube – Vídeo “A Liga dos Canelas Pretas (Teaser)” publicado pelo canal Play Vídeo Produtora

Imagem do site Literatura RS – Matéria sobre clubes negros e a Liga da Canela Preta, com fotografia histórica do time Rio-Grandense de 1907

Imagem do site Ludopédio – Página com o vídeo “A Liga dos Canelas Pretas (Teaser)” incorporado à biblioteca digital do portal

Imagem do site Observatório da Discriminação Racial no Futebol – Matéria sobre o Encontro de Futebol da Liga da Canela Preta, realizado em 2014

Imagem do Facebook - Grupo Canela Preta

Imagem do site - Observatório da Discriminação Racial no Futebol

Imagem do site - El País Brasil

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Nossos objetivos na 2ª edição

Confira as metas da segunda edição do projeto MEMÓRIAS NEGRAS EM VERBETES – Inventário Participativo de Referências Espaciais, Sociais e Simbólicas Projeto realizado com recursos da Lei Complementar nº 195/2022. 

01

+ 50 Verbetes no site

A segunda edição prevê em suas metas a publicação de mais 50 verbetes, totalizando 100 verbetes no blog até o final desta etapa.

03

Mobilização da comunidade

Mobilizar pessoas representativas e instituições do movimento negro porto-alegrense para debater o projeto.

02

Audiodescrição dos conteúdos do site

Nosso projeto agora terá o recursos de audiodescrição, tornando a pesquisa acessível a mais pessoas.

04

Audiolivro

Montar Audiolivro unindo os episódios do Desapaga POA e do Memórias Negras em Verbetes.

Reportagens

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Verbetes em destaque

O Príncipe Custódio, figura histórica envolta em mistério, faleceu em Porto Alegre em 1935 e nasceu na África no século XIX. Duas narrativas principais disputam sua origem: uma o vincula à realeza do Benin, atribuindo-lhe importância no batuque e no assentamento do Bará do Mercado, enquanto outra o identifica como filho de um comerciante de escravos africano, chegando a Porto Alegre após disputas familiares. Custódio se destacou na cidade tanto por sua participação nas corridas de cavalos quanto por sua liderança religiosa, sendo reconhecido por sua influência nos cultos africanos e por seu papel de mediador entre a população negra e a elite. Seu legado segue relevante para o movimento negro e para as discussões políticas e religiosas no Rio Grande do Sul.

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Príncipe Custódio

Lupicínio Rodrigues, nascido em Porto Alegre em 1914, destacou-se como um dos maiores compositores da música brasileira, conhecido como o mestre da "dor de cotovelo". Desde cedo, transitou pela boemia e pela música, conciliando sua trajetória com uma breve passagem pelo exército e uma vida marcada por empreendedorismo e engajamento social. Suas composições, como Se Acaso Você Chegasse e Nervos de Aço , tornaram-se clássicos, interpretados por grandes nomes da música. Gremista fervoroso, compôs o hino do Grêmio e participou ativamente da cena cultural e política, chegando a disputar uma eleição. Mesmo reconhecidos nacionalmente, episódios de racismo, o que reforçou seu papel na luta pelos direitos da comunidade negra. Faleceu em 1974, deixando um legado imortal na música popular brasileira.

Lupicínio Rodrigues

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Tambor – Museu de Percurso do Negro

O Tambor Amarelo, instalado na Praça Brigadeiro Sampaio em 2010, tornou-se um símbolo da presença e trajetória do negro em Porto Alegre, sendo um marco do Museu de Percurso do Negro. Concebido por um coletivo de artistas e griôs, com base em uma pesquisa antropológica de Iosvaldyr Bittencourt, a obra foi desenvolvida em um processo coletivo inspirado em valores civilizatórios africanos. Além de resgatar a memória negra no antigo Largo da Forca, o tambor representa a diversidade cultural afro-brasileira e denuncia a pouca representatividade da cultura africana nos monumentos da capital gaúcha. Hoje, a escultura fortalece a identidade negra e ressoa com imigrantes africanos e latino-americanos que chegam ao Rio Grande do Sul. O trabalho dos artistas e griôs envolvidos reforça a importância da arte coletiva e da ancestralidade na construção da memória urbana. Mais do que um monumento, o Tambor Amarelo é um convite ao reconhecimento e à valorização da história negra na cidade.

Pelópidas Thebano Ondemar Parente (1934-2022) foi um renomado artista plástico, desenhista e figurinista de Porto Alegre, destacando-se na arte afrocentrada e no carnaval da cidade. Servidor público por décadas, contribuiu com projetos arquitetônicos e participou da concepção do Aeromóvel. Suas obras abordam a diáspora africana e a identidade negra, refletindo sobre a influência cultural afro-brasileira. Foi um dos idealizadores da Frente Negra de Arte e autor de marcos visuais do Museu de Percurso do Negro, como o Tambor Amarelo. Seu legado é reconhecido em diversas exposições e premiações, consolidando-o como uma referência na arte negra no Rio Grande do Sul.

Pelópidas Thebano

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Wilson Tibério (1916-2005), conhecido como Tibério, foi um artista afro-brasileiro engajado no debate antirracista e colonialista do século XX. Natural de Porto Alegre, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estudou na Escola Nacional de Belas Artes, destacando-se por sua arte voltada à vivência da população negra. Em 1947, emigrou para a França, viajando por diversos países e se aproximando do movimento Négritude. Sua produção artística denunciava o colonialismo e exaltava a diáspora africana, com obras que hoje integram acervos como a Pinacoteca Ruben Berta, a UFRGS e o Museu Afro Brasil.

Wilson Tibério

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A Ilhota era uma pequena porção de terra na Cidade Baixa, Porto Alegre, formada pelo meandro do Arroio Dilúvio e delimitada pelas atuais avenidas Getúlio Vargas e Érico Veríssimo. Surgida em 1905, tornou-se um núcleo habitado por uma população majoritariamente negra e de baixa renda, conhecida por sua forte tradição boêmia e carnavalesca, sendo berço do samba e lar de Lupicínio Rodrigues. Com a canalização do Arroio Dilúvio após a enchente de 1941, a área foi alvo de interesse imobiliário e sofreu uma brutal remoção populacional no final da década de 1960, deslocando muitos moradores para a Restinga, então uma periferia sem infraestrutura adequada.

Ilhota

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Durante o século XIX, os Campos da Redenção, inicialmente uma grande várzea alagadiça fora da cidade de Porto Alegre, foram um importante local para celebrações culturais e religiosas da população negra, como o Candombe da Mãe Rita e outros batuques, realizados com tambores e danças. Esses festejos, mencionados por cronistas da cidade, ocorreram especialmente na área ao redor da atual rua Avaí e nas proximidades da Capelinha do Bom Fim. Em 1884, a Várzea foi oficialmente renomeada para Campos da Redenção para comemorar a libertação dos escravizados em Porto Alegre, embora a abolição tenha sido limitada e parcial, com muitos negros ainda vivendo como libertos ou escravizados. A nova denominação refletia o legado da resistência e presença cultural dos negros na cidade.

Campos da Redenção

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Dario de Bittencourt, nascido em 1901, foi um importante advogado, educador e ativista negro, com uma trajetória marcada pela luta contra o preconceito racial e pela valorização das tradições culturais negras. Criado por seu avô após a morte do pai, Dario teve uma educação privilegiada, estudando em instituições renomadas e se graduando em Direito pela Faculdade Livre de Direito de Porto Alegre. Ao longo de sua vida, foi membro ativo de diversas organizações negras, como a Sociedade Beneficente Floresta Aurora e o Grêmio Náutico Marcílio Dias, e participou ativamente do jornal O Exemplo, que combatia o racismo. Além disso, Dario se envolveu com religiões de matriz africana, defendendo a aceitação do Candomblé como religião legítima. Em sua carreira acadêmica, foi professor catedrático de Direito Internacional Privado na Universidade do Rio Grande do Sul e se aposentou em 1957, mantendo seu compromisso com a luta contra a discriminação racial até sua morte.

Dario de Bittencourt

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Em 2 de julho de 1949, a Folha da Tarde fez um convite aberto aos homens de cor de Porto Alegre para a fundação de um clube náutico, inicialmente chamado José do Patrocínio, mas que recebeu o nome de Marcílio Dias, em homenagem ao intelectual negro. O Clube foi criado com o objetivo de proporcionar aos jovens negros o acesso a esportes como remo e natação, atividades que eram negadas pelos clubes brancos da cidade. Fundado em 4 de julho de 1949, o clube teve como principais articuladores figuras como João Nunes de Oliveira e Armando Hipólito dos Santos. Em 1950, abriu oficialmente sua sede na Avenida Praia de Belas, sendo um ponto de encontro para festas e eventos importantes da comunidade negra local. Na década de 1960, o clube lançou o jornal Ébano, e embora tenha enfrentado dificuldades com sua sede, incluindo a construção de um ginásio destruído por ventos fortes, o clube seguiu promovendo atividades até seu fechamento na década de 1970.

Clube Náutico Marcílio Dias

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A área do atual bairro Mont'Serrat, até meados do século XX e talvez até as décadas de 1980/90, era conhecida como a Bacia do Mont'Serrat, um território predominantemente negro com registros desde o início do século XX. O bairro teve sua origem marcada pela presença de famílias negras, com destaque para a Rua Arthur Rocha, nomeada em homenagem ao dramaturgo negro Arthur Rodrigues da Rocha. A Bacia do Mont'Serrat foi uma área de forte religiosidade, com várias casas de batuque e terreiros de matriz africana, e se tornou um ponto de encontro de trabalho e sociabilidade para as famílias negras da região, com destaque para atividades como a lavagem de roupas e o trabalho de costureiras. Além disso, o bairro foi berço de tradições culturais como blocos de carnaval e piqueniques dominicais. No entanto, com o processo de urbanização e transformação social, o antigo território negro se perdeu, embora ainda resista uma presença negra na região.

Bacia do Mont'Serrat

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