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O PROJETO MEMÓRIAS NEGRAS EM VERBETES – Inventário Participativo de Referências Espaciais, Sociais e Simbólicas realiza um levantamento visando o resgate e desapagamento da presença das populações negras na história de Porto Alegre.

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Verbetes

Atualizado: 14 de out. de 2024


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Aurélio Viríssimo de Bittencourt nasceu em 1º de outubro de 1849, em Jaguarão, filho da parda Maria Julia da Silva, uma escravizada liberta, e do piloto da Marinha Hypólito Simas de Bittencourt. Venho morar em Porto Alegre logo após a mãe falecer, com sua tia paterna Leocádia. Casou se com Joana Joaquina do Nascimento (1838 - 1895) no dia 26 de dezembro e teve dois filhos, Sérgio Aurélio de Bittencourt, que nasceu no dia 07 de outubro de 1869 e faleceu no dia 05 de novembro de 1904, e Aurélio Viríssimo de Bittencourt Júnior, nascido em 28 de fevereiro de 1874 e falecido no dia 30 de julho de 1910, aos 36 anos.


Resgatando o momento em que surge o periódico O Exemplo, ele preenchia o cargo de Secretário da Presidência do Estado, sempre lembrado por contribuir com a criação e, também, manutenção do periódico para estabilidade financeira. Bittencourt iniciou a vida na capital como aprendiz de tipógrafo. Nesta fase, percorreu diversos espaços associativos de Porto Alegre e era considerado um menino instruído. Também trabalhou como escrivão e prior do Divino Espírito Santo e das Irmandades do Rosário.


Ainda na juventude, dedicou-se ao serviço público, onde se tornou uma referência importante na administração do Estado. Foi Secretário da Presidência do Estado, nomeado em 17 de junho de 1892, e trabalhou com Júlio Prates de Castilhos no Palácio do Governo do Rio Grande do Sul. Como Bittencourt integrava a direção do Centro Abolicionista, provavelmente já conhecia Júlio de Castilhos, antes mesmo dessa função como seu secretário. Integrou também a direção do Centro Abolicionista o que, provavelmente, ajudou em sua história, contribuindo para sua escolha para o governo por Júlio de Castilhos.


Bittencourt e Júlio de Castilho participaram ativamente do processo abolicionista no Rio Grande do Sul. Bittencourt tinha trânsito intenso entre a elite intelectual e política de Porto Alegre e, também, nos espaços negros. Tanto que era considerado pelos membros do jornal O Exemplo como um grande mestre. Em 13 de maio de 1904, o periódico o destaca como o segundo maior atleta na luta pela conquista “de nossos direitos civis e políticos” (dos negros em Porto Alegre). Aurélio nunca deixou de circular no meio da comunidade negra, sempre mantendo-se seguro e influente com a população negra, tanto no campo religioso quanto político da cidade de Porto Alegre.


Bittencourt mantinha uma boa relação com vários setores da sociedade e ativa sociabilidade. Com seu prestígio e experiência, foi muito influente na redação do jornal O Exemplo, que passou a ser um veículo direcionado para a defesa das convicções republicanas, principalmente a partir do século XX. Destacou-se no combate ao preconceito existente na capital. Declarva-se pardo e seus escritos demonstram que percebia as diferenças entre os dois mundos em que vivia, entre o povo e a elite, mas nunca abdicou de se destacar como homem negro, intelectual e abolicionista, mesmo dizendo-se das dificuldades em ressaltar essas características. Em sua morte, Aurélio foi homenageado com palavras de saudações que previam a falta que faria ao serviço público e privado.



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Referências


BITTENCOURT, Dario De. Curriculum Vitae–Documentário (1901/1957). Porto Alegre: Ética Impressora Ltda, 1958.

SANTOS, José Antônio dos. . Estratégias étnicas e trajetórias de intelectuais negros.. In: VI Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional, 2013, Florianópolis - SC. Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional. Florianópolis: UFSC, 2013. v. 01. p. 68-68.


Al-Alam, C. C., Pinto, N. G., & Moreira, P. R. S. (2016). Simão Vergara e Maria Tereza da Cunha, o casal de pretos forros da tasca da Boa Vista: Africanidade, matrimônio e comunidade numa sociedade escravista (Pelotas, RS, século XIX). Revista Brasileira De História &Amp; Ciências Sociais, 8(15), 125–153.


MOREIRA, Paulo Roberto Staudt. O Aurélio Era Preto: Trabalho, Associativismo E Capital Relacional Na Trajetória De Um Homem Pardo No Brasil Imperial E Republicano. Estudos Ibero-Americanos, Porto Alegre, v. 40, n. 1, 2014.


PERUSSATTO, Melina. Arautos da liberdade: educação, trabalho e cidadania no pós abolição a partir do jornal O Exemplo de Porto Alegre (1892-1911). 2018. Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018.


 
 
 

Atualizado: 14 de out. de 2024


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Nasceu em 06 de dezembro de 1870, em Porto Alegre. Filha caçula do primeiro matrimônio de Aurélio Viríssimo de Bittencourt e Joanna Joaquina de Bittencourt, tendo como irmãos Aurélio Júnior, que atuou como juiz em Porto Alegre, e Sérgio de Bittencourt, um dos fundadores do jornal O Exemplo. A formação para normalista (professora) de Adelina Lydia inicia-se no ano de 1886. O jornal A Federação faz referência a Adelina como estudante, provavelmente, uma das únicas estudantes negras da Escola Normal. Neste curso para a preparação de professoras, foi aprovada com distinção nas disciplinas de música e canto. Sua formatura ocorreu no ano de 1888 com uma premiação por destaque em várias disciplinas. Com 27 anos, em 29 de maio de 1897, se casa na Igreja Nossa Senhora da Madre de Deus com Júlio Jose Machado, funcionário municipal. Em janeiro de 1900, Adelina já atuava na Escola Complementar em turmas somente para meninas. No ano de 1902, nasce Celina sua primeira filha. Posteriormente, em 1906, surge novamente nas páginas do jornal A Federação, como uma das regentes da Escola Complementar onde lecionou sete anos. Já em 1910, ministrava aulas para turmas mistas, de meninos e meninas. Nos anos seguintes, surge nas colunas sociais do referido jornal, sempre na data de seu aniversário. Em dezembro de 1925, faleceu durante seu discurso no Colégio 13 de Maio. Após a sua morte, em janeiro de 1926, no obituário de O Exemplo, jornal da imprensa negra, é destacada a trajetória de Adelyna, mulher negra e professora nas primeiras décadas do século XX.

[...] De gênio afável e comunicativo, o trespasse dessa professora repercutiu consternadora mente no círculo de suas relações, tanto mais quanto bem triste foi o seu falecimento: escolhida pelas suas alunas para paraninfar a turma daquelas que, no ano findo, concluíram o curso elementar no Colégio 13 de Maio, cerimônia efetuada na manhã daquele dia, a professora Adelina proferiu, então, eloquente discurso, repleto de conselhos e ensinamentos e, após concluir a leitura do mesmo, passados poucos minutos, sentindo-se repentinamente mal, tombou ao solo, já morta, pouco depois das 9 horas da manhã. Na manhã de 21, em meio de enorme assistência, tiveram lugar as cerimônias fúnebres de encomendação e sepultamento, na carneira nº 279 do cemitério de S. Miguel e Almas. Avultadíssimo número de coroas e buquês cobriam o ataúde, vendo-se sobre o mesmo o estandarte do Colégio 13 de Maio envolto em crepe. Antes da inumação, falou, no cemitério, a diretora daquela casa de ensino, professora Luiza Wiedmann Borges Fortes e que proferiu sentida oração, apresentando despedidas a leal companheira que tombara no desempenho e no cumprimento de seu dever (O EXEMPLO, 1926).


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Bibliografia:


MATTOS, Jane Rocha. Texto apresentado IHGRS.

Jornal O Exemplo. Janeiro de 1926.

Jornal A Federação.


 
 
 

Atualizado: 14 de out. de 2024


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Conhecido como Lelé, alcunha que tem sua origem nos campos de futebol, integrou alguns times como o do Força e Luz. Recebeu o título de majestade do carnaval do antigo território do Areal da Baronesa, onde nasceu em 1925 e morou parte de sua vida adulta. O Areal da Baronesa foi um dos espaços de vivência do carnaval popular e negro da cidade de Porto Alegre nas primeiras cinco décadas do século XX. Cordões, blocos e grupos circulavam nas ruas das famosas avenidas. O título de primeiro Rei Momo Negro do Areal da Baronesa concedido a Lelé partiu da proposição de Arlindo Rosa. Seu reinado perdurou entre os anos de 1948 e 1952. Nas décadas posteriores, desfilava nos carros alegóricos de escolas de samba como um rei africano se vinculando a uma origem africana e aos seus antepassados. Neste sentido, a Etiópia era evocada por Lelé (entrevista em 1991) na abertura dos festejos de momo com a frase “Povo, povo do meu reinado, é com grande satisfação, [...] nem energia para vir lá da minha Etiópia para abrir o Carnaval aqui no Brasil”. Lelé foi Remelexo e esteve à frente dos cordões carnavalescos Ideal e Filhos da Pátria. Além de jogador, trabalhou também como porteiro de teatro atuando em algumas peças. Trabalhou no Banco Nacional do Comércio juntamente com Vicente Rao e na Livraria do Globo. Faleceu no ano de 2013.

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Bibliografia:

Entrevista com Adão Alves de Oliveira (Lelé). Pesquisa “Carnavais de Porto Alegre”. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Museu Joaquim José Felizardo. Ano 1991.

Santos, Irene (org.). Negro em Preto e Branco: História Fotográfica da População Negra de Porto Alegre. 2005.


 
 
 

Nossos objetivos na 2ª edição

Confira as metas da segunda edição do projeto MEMÓRIAS NEGRAS EM VERBETES – Inventário Participativo de Referências Espaciais, Sociais e Simbólicas Projeto realizado com recursos da Lei Complementar nº 195/2022. 

01

+ 50 Verbetes no site

A segunda edição prevê em suas metas a publicação de mais 50 verbetes, totalizando 100 verbetes no blog até o final desta etapa.

03

Mobilização da comunidade

Mobilizar pessoas representativas e instituições do movimento negro porto-alegrense para debater o projeto.

02

Audiodescrição dos conteúdos do site

Nosso projeto agora terá o recursos de audiodescrição, tornando a pesquisa acessível a mais pessoas.

04

Audiolivro

Montar Audiolivro unindo os episódios do Desapaga POA e do Memórias Negras em Verbetes.

Reportagens

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Verbetes em destaque

O Príncipe Custódio, figura histórica envolta em mistério, faleceu em Porto Alegre em 1935 e nasceu na África no século XIX. Duas narrativas principais disputam sua origem: uma o vincula à realeza do Benin, atribuindo-lhe importância no batuque e no assentamento do Bará do Mercado, enquanto outra o identifica como filho de um comerciante de escravos africano, chegando a Porto Alegre após disputas familiares. Custódio se destacou na cidade tanto por sua participação nas corridas de cavalos quanto por sua liderança religiosa, sendo reconhecido por sua influência nos cultos africanos e por seu papel de mediador entre a população negra e a elite. Seu legado segue relevante para o movimento negro e para as discussões políticas e religiosas no Rio Grande do Sul.

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Príncipe Custódio

Lupicínio Rodrigues, nascido em Porto Alegre em 1914, destacou-se como um dos maiores compositores da música brasileira, conhecido como o mestre da "dor de cotovelo". Desde cedo, transitou pela boemia e pela música, conciliando sua trajetória com uma breve passagem pelo exército e uma vida marcada por empreendedorismo e engajamento social. Suas composições, como Se Acaso Você Chegasse e Nervos de Aço , tornaram-se clássicos, interpretados por grandes nomes da música. Gremista fervoroso, compôs o hino do Grêmio e participou ativamente da cena cultural e política, chegando a disputar uma eleição. Mesmo reconhecidos nacionalmente, episódios de racismo, o que reforçou seu papel na luta pelos direitos da comunidade negra. Faleceu em 1974, deixando um legado imortal na música popular brasileira.

Lupicínio Rodrigues

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Tambor – Museu de Percurso do Negro

O Tambor Amarelo, instalado na Praça Brigadeiro Sampaio em 2010, tornou-se um símbolo da presença e trajetória do negro em Porto Alegre, sendo um marco do Museu de Percurso do Negro. Concebido por um coletivo de artistas e griôs, com base em uma pesquisa antropológica de Iosvaldyr Bittencourt, a obra foi desenvolvida em um processo coletivo inspirado em valores civilizatórios africanos. Além de resgatar a memória negra no antigo Largo da Forca, o tambor representa a diversidade cultural afro-brasileira e denuncia a pouca representatividade da cultura africana nos monumentos da capital gaúcha. Hoje, a escultura fortalece a identidade negra e ressoa com imigrantes africanos e latino-americanos que chegam ao Rio Grande do Sul. O trabalho dos artistas e griôs envolvidos reforça a importância da arte coletiva e da ancestralidade na construção da memória urbana. Mais do que um monumento, o Tambor Amarelo é um convite ao reconhecimento e à valorização da história negra na cidade.

Pelópidas Thebano Ondemar Parente (1934-2022) foi um renomado artista plástico, desenhista e figurinista de Porto Alegre, destacando-se na arte afrocentrada e no carnaval da cidade. Servidor público por décadas, contribuiu com projetos arquitetônicos e participou da concepção do Aeromóvel. Suas obras abordam a diáspora africana e a identidade negra, refletindo sobre a influência cultural afro-brasileira. Foi um dos idealizadores da Frente Negra de Arte e autor de marcos visuais do Museu de Percurso do Negro, como o Tambor Amarelo. Seu legado é reconhecido em diversas exposições e premiações, consolidando-o como uma referência na arte negra no Rio Grande do Sul.

Pelópidas Thebano

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Wilson Tibério (1916-2005), conhecido como Tibério, foi um artista afro-brasileiro engajado no debate antirracista e colonialista do século XX. Natural de Porto Alegre, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estudou na Escola Nacional de Belas Artes, destacando-se por sua arte voltada à vivência da população negra. Em 1947, emigrou para a França, viajando por diversos países e se aproximando do movimento Négritude. Sua produção artística denunciava o colonialismo e exaltava a diáspora africana, com obras que hoje integram acervos como a Pinacoteca Ruben Berta, a UFRGS e o Museu Afro Brasil.

Wilson Tibério

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A Ilhota era uma pequena porção de terra na Cidade Baixa, Porto Alegre, formada pelo meandro do Arroio Dilúvio e delimitada pelas atuais avenidas Getúlio Vargas e Érico Veríssimo. Surgida em 1905, tornou-se um núcleo habitado por uma população majoritariamente negra e de baixa renda, conhecida por sua forte tradição boêmia e carnavalesca, sendo berço do samba e lar de Lupicínio Rodrigues. Com a canalização do Arroio Dilúvio após a enchente de 1941, a área foi alvo de interesse imobiliário e sofreu uma brutal remoção populacional no final da década de 1960, deslocando muitos moradores para a Restinga, então uma periferia sem infraestrutura adequada.

Ilhota

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Durante o século XIX, os Campos da Redenção, inicialmente uma grande várzea alagadiça fora da cidade de Porto Alegre, foram um importante local para celebrações culturais e religiosas da população negra, como o Candombe da Mãe Rita e outros batuques, realizados com tambores e danças. Esses festejos, mencionados por cronistas da cidade, ocorreram especialmente na área ao redor da atual rua Avaí e nas proximidades da Capelinha do Bom Fim. Em 1884, a Várzea foi oficialmente renomeada para Campos da Redenção para comemorar a libertação dos escravizados em Porto Alegre, embora a abolição tenha sido limitada e parcial, com muitos negros ainda vivendo como libertos ou escravizados. A nova denominação refletia o legado da resistência e presença cultural dos negros na cidade.

Campos da Redenção

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Dario de Bittencourt, nascido em 1901, foi um importante advogado, educador e ativista negro, com uma trajetória marcada pela luta contra o preconceito racial e pela valorização das tradições culturais negras. Criado por seu avô após a morte do pai, Dario teve uma educação privilegiada, estudando em instituições renomadas e se graduando em Direito pela Faculdade Livre de Direito de Porto Alegre. Ao longo de sua vida, foi membro ativo de diversas organizações negras, como a Sociedade Beneficente Floresta Aurora e o Grêmio Náutico Marcílio Dias, e participou ativamente do jornal O Exemplo, que combatia o racismo. Além disso, Dario se envolveu com religiões de matriz africana, defendendo a aceitação do Candomblé como religião legítima. Em sua carreira acadêmica, foi professor catedrático de Direito Internacional Privado na Universidade do Rio Grande do Sul e se aposentou em 1957, mantendo seu compromisso com a luta contra a discriminação racial até sua morte.

Dario de Bittencourt

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Em 2 de julho de 1949, a Folha da Tarde fez um convite aberto aos homens de cor de Porto Alegre para a fundação de um clube náutico, inicialmente chamado José do Patrocínio, mas que recebeu o nome de Marcílio Dias, em homenagem ao intelectual negro. O Clube foi criado com o objetivo de proporcionar aos jovens negros o acesso a esportes como remo e natação, atividades que eram negadas pelos clubes brancos da cidade. Fundado em 4 de julho de 1949, o clube teve como principais articuladores figuras como João Nunes de Oliveira e Armando Hipólito dos Santos. Em 1950, abriu oficialmente sua sede na Avenida Praia de Belas, sendo um ponto de encontro para festas e eventos importantes da comunidade negra local. Na década de 1960, o clube lançou o jornal Ébano, e embora tenha enfrentado dificuldades com sua sede, incluindo a construção de um ginásio destruído por ventos fortes, o clube seguiu promovendo atividades até seu fechamento na década de 1970.

Clube Náutico Marcílio Dias

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A área do atual bairro Mont'Serrat, até meados do século XX e talvez até as décadas de 1980/90, era conhecida como a Bacia do Mont'Serrat, um território predominantemente negro com registros desde o início do século XX. O bairro teve sua origem marcada pela presença de famílias negras, com destaque para a Rua Arthur Rocha, nomeada em homenagem ao dramaturgo negro Arthur Rodrigues da Rocha. A Bacia do Mont'Serrat foi uma área de forte religiosidade, com várias casas de batuque e terreiros de matriz africana, e se tornou um ponto de encontro de trabalho e sociabilidade para as famílias negras da região, com destaque para atividades como a lavagem de roupas e o trabalho de costureiras. Além disso, o bairro foi berço de tradições culturais como blocos de carnaval e piqueniques dominicais. No entanto, com o processo de urbanização e transformação social, o antigo território negro se perdeu, embora ainda resista uma presença negra na região.

Bacia do Mont'Serrat

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